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10 Discos Para Gostar de Britpop

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Por: Cleber Facchi

10 Discos Para Gostar de Britpop

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Resposta britânica ao som assumido pelo rock estadunidense no fim dos anos 1980, o Britpop deixou a raiva do Grunge para fluir como uma representação do decadente estilo de vida inglês. Dotado de versos irônicos e arranjos instrumentais melódicos, típicos do rock imposto na década de 1960, o novo “gênero” em pouco tempo atraiu parte expressiva do público, da crítica e principalmente das rádios locais. Logo, o que parecia um movimento específico e regional, em pouco tempo ocupou os ouvidos de boa parte do planeta, se estendendo por toda a década de 1990 – e até além dela. Do duelo entre Blur e Oasis, passando pela consagração de grupos como Pulp e The Verve, até a avalanche de novas bandas que viriam em sequência, o Britpop talvez seja a maior movimentação (comercial) da cena inglesa desde o ápice dos Beatles. Nesse cenário marcado por obras de plena relevância, selecionamos apenas 10 álbuns íntimos de toda a estética que marca o estilo, o que fez com que obras como o debut do The Stone Roses (1989), Nowhere (1990) do Ride e The Bends (1994) do Radiohead ficassem de fora da seleção. Caso algum disco que você gosta tenha ficado de fora da lista, use os comentários para se manifestar – quem sabe a gente não faz um novo especial.

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Parklife

Blur
Parklife (1994, Food)

Diferente de outros discos lançados durante a explosão do britpop , Parklife, terceiro registro em estúdio do Blur, ainda hoje se mantém como um disco atual, sendo capaz de gerar o mesmo impacto que o causado na época de seu lançamento. Passado a repercussão não positiva e o baixo número de vendas em relação ao segundo álbum do grupo, Modern Life Is Rubbish (1993), Damon Albarn e seus parceiros viram que era hora de mudar. Brincando com as tendências lançadas na década de 1960, entretanto, não fazendo disso uma cópia como fez o rival Oasis, a banda londrina transformaria Parklife em um registro melódico, cravejado de boas sequências instrumentais e letras memoráveis. Estão lá clássicos recentes como Girls & Boys, Tracy Jacks e End of a Century, faixas que ainda hoje ecoam com invenção na música inglesa. Flertando de maneira bem decidida com elementos da produção clássica e com as experiências harmônicas lançadas por grupos como The Zombies, este seria o disco que abriria as portas para o embate contra os irmãos Gallagher e todas as transformações que ocupariam a música britânica naquele instante. Base para os lançamentos seguintes da banda, Parklife é um reflexo da sociedade inglesa, um misto de decadência e celebração que ainda hoje flutua pelo tempo.

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Elastica

Elastica
Elastica (1995, Deceptive)

Em um cenário dominado por homens, Justine Frischmann falou mais alto, ou melhor, gritou. Vocalista do Elastica, a cantora trouxe nas vozes e guitarras a abertura para uma das obras mais precisas de todo o período. Enquanto Parklife e Definitely Maybe garantiram ao Blur e Oasis, respectivamente, um som de fluidez pomposa, a crueza dos acordes e a urgência dos vocais parecia guiar de forma definitiva o trabalho da banda – também composta por Donna Matthews, Annie Holland e Justin Welch. Como resultado, uma sequência de faixas movidas de forma natural pela urgência dos arranjos, caso de Line Up, Waking Up e o hit Connection, que em pouco tempo ultrapassaram os limites da Europa para atingir em cheio os Estados Unidos. Na época namorado de Frischmann, Damon Albarn (sob o pseudônimo de Dan Abnormal) assumiu a totalidade dos teclados e da construção de parte das faixas, fazendo com que o disco mantivesse linearidade e a fluidez sublime dos arranjos em um grau de forte aproximação com o público. Entretanto, nem a presença de Albarn, como a mão firme de Marc Waterman na produção conseguem tirar o mérito do próprio quarteto.

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Kaiser Chiefs

Kaiser Chiefs
Employment (2005, B-Unique)

Se um dia alguém disser que Employment foi gravado em 1995, porém, lançado somente dez anos mais tarde, eu provavelmente acreditaria. Da energia típica do Blur pós-Parklife, passando pelos sintetizadores que cheiram a Pulp e as melodias típicas do Supergrass, cada instante da obra de estreia do Kaiser Chiefs ecoa proximidade com a fase mais rica do Britpop. E não é por menos. Stephen Street, produtor do álbum já havia trabalhado com o Blur em Modern Life Is Rubbish (1993) e no single Girls & Boys, trazendo para dentro da obra de estreia banda de Leeds toda a carga de referências musicais instaladas na época. O próprio Graham Coxon, inspiração confessa do grupo, aparece “tocando” a motocicleta posicionada na abertura de Saturday Night. Dessa forma, tanto os sintetizadores coloridos de Everyday I Love You Less and Less, como a estrutura ascendente de I Predict a Riot ecoam como um produto típico dos anos 1990. Definido por um conjunto harmônico de canções, Employment mais parece um Greatest Hits tamanha a quantidade de hits prontos em seu interiro, efeito que serviu para apresentar oficialmente a banda ao grande público, mas nasceu como uma eterna barreira a ser superada nos trabalhos seguintes.

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The Holy Bible

Manic Street Preachers
The Holy Bible (1994, Epic)

De todos os registros que definiram o Britpop na década de 1990, The Holy Bible, terceiro álbum de estúdio do Manic Street Preachers, talvez seja o mais instável e peculiar. Fracasso de vendas na época de seu lançamento – o disco foi apresentado na mesma semana em que o Oasis estreou com Definitely Maybe -, a obra encontra na lírica crua de Richey Edwards um dos retratos mais perturbadores de todo o período, ou mesmo além dele. Sufocado pelos problemas com drogas, depressão e a anorexia (evidente em grande parte das letras), Edwards fez de canções como Die in the Summertime, Revol e She Is Suffering uma completa oposição ao que guiava a obra de tantos artistas próximos. Agressivo, efeito dos vocais desesperados de James Dean Bradfield, o disco passeia com liberdade pela década de 1970, encontrando em elementos do Glam Rock e aspectos específicos do Pós-Punk um soco nas melodias cantaroláveis que definiam a obra de Blur e conterrâneos. Sombrio até a última faixa, o disco veio como uma carta de despedida de Edwards, que desapareceria misteriosamente no ano seguinte.

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Oasis

Oasis
(What’s The Story) Morning Glory? (1995, Epic)

Enquanto Definitely Maybe (1994) veio para estabelecer as regras e apresentar oficialmente o Oasis, (What’s The Story) Morning Glory? arremessou o grupo de forma definitiva para o topo das paradas britânicas. Construído em cima de um cardápio de hits plásticos que jamais seriam igualado pela banda, o álbum abre com a crueza de Roll with It, mergulha na amargura de Don’t Look Back in Anger, até se explodir na psicodelia de Champagne Supernova – com seus mais de sete minutos de duração. São pouco mais de 50 minutos de faixas alimentadas pelo passado, representação e tempo mais do que o suficiente para posicionar os irmãos Liam e Noel Gallagher em um lugar de destaque do cenário inglês – intocável ainda hoje. Com boas vendas, resultado do conjunto melódico que define a obra, o registro assume em totalidade o fascínio da dupla pelos Beatles, efeito detalhado na composição dos arranjos, como nos versos e títulos das canções – a própria Wonderwall resgata o título de uma trilha sonora assinada por George Harrison. De forma clara, a obra que consagrou o Oasis e ao mesmo tempo a abertura de uma carreira pontuada até o último ato pela redundância.

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Pulp

Pulp
Different Class (1995, Universal)

Se o britpop pudesse ser definido em um só disco, Different Class, quinto álbum de estúdio do Pulp provavelmente seria o escolhido para isso. Nascido no meio da batalha épica entre Blur e Oasis, o álbum trouxe no olhar para a classe operária e as “pessoas comuns” um afastamento em relação ao que anunciavam os proclamadores da Cool Britannia. Livre dos luxos e apostando em uma sonoridade particular, “simples”, a banda comandada por Jarvis Cocker fez nascer algumas das composições mais significativas de todo o período. Estão lá hinos como I Spy, Disco 2000 e, principalmente, o clássico Common People, música que garantiu ao grupo uma passagem direta para o topo da cena inglesa. Produzido por Chris Thomas, que já havia trabalhado com veteranos como Beatles e Pink Floyd, o trabalho ultrapassa os limites dos anos 1960, tão em voga durante o período, resgatando elementos específicos das décadas seguintes até surgir como um catálogo de novidades. Ponto evidente de maturidade, Different Class viria a reverberar mesmo nos trabalhos seguintes, algo explícito na forma como This Is Hardcore (1998) e We Love Life (2001) partilham da mesma essência lírica e instrumental.

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Suede

Suede
Dog Man Star (1994, Nude)

Poucas bandas que cresceram na década de 1990 souberam usar tão bem as próprias referências quanto o Suede. Do Glam Rock de David Bowie e T. Rex, passando pelas melodias típicas dos Smiths, cada elemento testado no primeiro registro em estúdio da banda garantiu um posto de destaque ao projeto comandado por Brett Anderson. Entretanto, é no lançamento de Dog Man Star, de 1994, que a banda soube de fato soube como usar toda a base de inspirações de forma assertiva. Mais do que mergulhar em aspectos específicos da produção testada entre os anos 1970 e 1980, o segundo registro em estúdio do grupo trouxe uma imposição autoral por parte dos sons e principalmente versos. Com letras pontuadas pelo sexo, abandono e pequenas confissões, o álbum segue até o último segundo em uma atmosfera sombria, contraponto ao estágio de celebração, tão explícito na música da época. Enquanto Blur e Oasis tingiam com ironia os luxos da sociedade inglesa, Dog Man Star veio como uma representação exata da melancolia que crescia nos subúrbios.

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Supergrass

Supergrass
I Should Coco (1995, Parlophone)

Enquanto boa parte das bandas da inglesas (do período) encontraram no cinismo um ponto de sustento para a própria obra, os membros do Supregrass resolveram seguir pelo caminho oposto. Apostando em uma sonoridade enérgica e bem humorada, o grupo de Oxford fez do primeiro álbum uma sequência de faixas íntimas de toda a exaltação firmada nos anos 1960. Apadrinhado pelo elogio de bandas como Blur e Elastica, I Should Coco, registro de estreia da banda comandada por Gaz Coombes, não custou a atingir o primeiro lugar nas paradas de sucesso, transformando o grupo em um dos mais relevantes do período. Mesmo que o hit Alright tenha facilitado a passagem da banda para o estrelato, cada instante do registro se sustenta em um coro de vozes melódicas e guitarras inquietas. Da fluidez intensa que abra Lose It, passando pelas confissões de Strange Ones até a sutileza de Time to Go, no fecho do disco, todos os ingredientes do álbum antecipam elementos específicos do que o grupo traria como marca para o restante da carreira.

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The La's

The La’s
The La’s (Polydor)

Antes que Oasis, Blur, Pulp e toda a avalanche de bandas que marcaram o britpop ao longo da década de 1990 conquistassem real destaque, foi com o primeiro (e único) registro em estúdio do The La’s que diversos elementos deste cenário foram acertados. Resgatando elementos específicos dos sons que marcaram a produção dos anos 1960 – como as melodias de voz -, além de trabalhar as guitarras de forma a contrapor o que abastecia a musica inglesa naquele período, o grupo conseguiu transformar o registro em um combustível para o que toda uma geração de bandas viriam a estabelecer em poucos anos. Espécie de coletânea, o trabalho concentra desde composições lançadas pelo grupo no decorrer dos anos 1980 (como Way Out e There She Goes) até faixas construídas especialmente para a estreia da banda. Lançado sob pressão da gravadora, o registro levou anos até ser “finalizado”, tamanho o cuidado e o perfeccionismo de Lee Mavers, resultado que praticamente levou o grupo a encerrar as atividades poucos anos depois.

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The Verve

The Verve
Urban Hymns (1997, Virgin)

Em 1997 o Britpop começava a perder a força. Enquanto o Blur saía vitorioso da batalha contra o Oasis, arremessando as guitarras do quarto álbum para cima da morosidade de Be Here Now, a eletrônica inglesa aos poucos ganhava melhores contornos e ocupava um maior espaço no mesmo universo. No meio desse panorama de baixas expectativas, o anunciado retorno do The Verve, desfeito dois anos antes, reacendeu as chamas do público inglês. Com toda a banda de volta em estúdio, resultado do esforço de Richard Ashcroft, os elementos para a construção exata do disco estavam a postos, o que naturalmente transformou Urban Hymns na obra mais completa de toda a discografia da banda. Por vezes oculto por conta da natural grandeza do hit Bitter Sweet Symphony, o trabalho concentra no restante das faixas uma continuação daquilo que A Storm in Heaven (1993) e A Northern Soul (1995) haviam anunciado anos antes. Verdadeiro cardápio de obras essências para a cena britânica, o trabalho concentra em músicas como The Drugs Don’t Work e Sonnet algumas das faixas mais importantes de todo o repertório da banda, bem como um dos últimos suspiros genuínos da produção gerada durante o período.

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